
Ola mães,
Então...hoje ainda
não vai ser o texto que eu prometi sobre guarda compartilhada,mas
podem deixar que ele já foi escrito, só estou esperando a avaliação
das mães que eu entrevistei para saber se aprovam ou não.
Hoje estou aqui para
falar de outro assunto. Estava eu hoje indo trabalhar (sim trabalho
no domingo, o bom que a internet é liberada) e estava linda e
bonita no trem, sentada ao lado de uma mãe com uma filha já
grandinha. Eu estava encantada com a criança, que tinha cachos
per-fei-tos, estava amando, me segurando para não cutucar a mãe e
perguntar como ela cuida do cabelo da filha dela. Porém a menina
estava bem cansada e entediada, estava calor e a mãe colocou ela de
casaco e bota, essas coisas de mãe mesmo, a menina já estava
ficando irritada, mas na hora de descer do trem a menina fez uma leve
pirraça não querendo levantar do banco. A mãe estava cheia de
bolsa e disse (como muitas na mesma situação) “Vou te deixar ai
heim” e a menina levantou e foi atrás da mãe ainda fazendo
pirraça, chorando e batendo o pé.
Essa cena é super
natural. Seu filho pode ser o mais santo que for, um dia ele vai dar
um piti na rua. Lívia, minha filha, é uma menina completamente
levada, ela sobe nas coisas, corre, grita...ou melhor dizendo, Lívia
é uma criança livre, porém na rua, o cenário fora de casa, acho
que ainda a intimida um pouco, e ela fica muito na dela, ela se torna
uma criança tímida. O que eu acho engraçado disso é que as
pessoas me elogiam. “Nossa Silvia como a Lívia se comporta que nem
uma mocinha”...Aiii que raiva. Primeiro que ninguém tem que me
elogiar de nada, ela é o que ela é, eu não posso forçar ela a
fazer nada. Minha obrigação e ensiná-la a tratar bem as pessoas,
usar as palavras mágicas, cuidar para ela não se ferir e machucar,
nem ela nem os outros e ensinar as outras pequenas coisas da vida.
Estou criando uma criança ,não um robô. Ela chora, ri, cai,
levanta e tudo mais de uma criança como as outras.
Segundo fato é : O
que é pra você se comportar como uma mocinha? Porque as meninas tem
que ser quietas, quase mudas, obedientes e resignadas? Sim meus
queridos, sim, é o machismo querendo doutrinar que nós temos que
ficar no nosso lugar, ser discretas, tímidas, quase imperceptíveis.
Minha filha não tem que se comportar como uma mocinha, minha filha
não se comporta como um moleque.Minha filha se comporta como ela é,
ela se comporta como Lívia.
Voltando a cena
acima. Quando a mãe saiu do trem todos começaram a cochichar coisas
do tipo “Ai não acho graça de criança malcriada”, “Se fosse
meu filho não faria isso”, “Dava logo uns tapas”. Ai eu pensei
“Oi?”. Cara francamente, nem foi um escândalo imenso , não foi
nada anormal, eu passo isso com a Lívia sempre voltando do
mercadinho. Mesmo que fosse. Minha vontade era de gritar “ VÃO SE
FUDER VOCES.ELA SÓ É CRIANÇA”. Outras mulheres estavam
criticando a mãe. Gente … vocês não sabem como é difícil ser
mãe não?Vai me dizer que vocês nunca passaram por uma situação
como essa? Gente...essa atitude que vocês estão fazendo só ajudam
a perpetuar a ideia que o machismo que impor para nós, de que lugar
de mulher é dentro de casa cuidando dos filhos. Desse comentário
não sai nada de bom.
Eu estava
conversando isso outro dia com a Karoline do blog “Uma mãe feminista” ( Devo dizer que de todas as pessoas que eu conheci
através do feminismo, a Karoline foi a mais alma gêmea , temos
tanto em comum ). Ela passou uma situação parecida quando foi levar
o filho dela para assistir Dolly e na mesma hora me identifiquei,
por que eu quero levar a Lívia ao cinema, só que ela nunca foi
antes, e por ser muito agitada, tinha medo dela tocar o terror.Ai
para e pensa. Eu estava com medo de levar uma criança, para assistir
um filme de criança,com medo dela se comportar como criança.Fato
que quando eu receber vamos sim ao cinema. Vai ter mãe na rua sim.
A verdade mãe é que
nós temos que travar uma luta diária com nós mesma e com a
sociedade todo dia para sair (ou não) de casa.Nós mães e mulheres
temos que lutar todo dia simplesmente para ter o direito de viver e
criar nossos filhos com liberdade. Então vamos fazer um pacto com
nós mesmas?Antes de julgar qualquer mãe na rua,vamos nos colocar no
lugar delas por favor? Obrigadinha.
Beijos mães.
Até.
Nenhum comentário:
Postar um comentário